Contas da FSF aprovadas sem direito a pedido de esclarecimento
A última Assembleia Geral Ordinária da Federação Santomense de Futebol, ficou marcada segundo alguns clubes de futebol por mais um escândalo de falta de transparência.
O relatório das actividades e das contas da FSF foi aprovado pela maioria dos clubes, mas sem debate e sem direito a pedido de esclarecimento.
O representante do Andorinha Futebol Clube insurgiu-se contra a lei do silêncio imposta na Assembleia Geral Ordinária.
«As receitas vêm da FIFA e da CAF, e dos fundos próprios da Federação, não é? A cervejeira Rosema propôs apoiar os clubes. Quem é que está a fazer a gestão desse fundo? É a Federação de Futebol, pois não?», interrogou Sósimo Leal representante do Andorinha.
Não houve resposta da mesa da Assembleia. No entanto, o representante do Andorinha prosseguiu pedindo esclarecimento aos dirigentes da Federação de Futebol, sobre o destino do dinheiro que a cervejeira Rosema decidiu colocar à disposição dos clubes, fruto do acordo que a empresa de cervejas assinou com a Federação de Futebol.
«Esse dinheiro foi elencado em que ponto aqui deste orçamento? São pequenos pontos que nós precisávamos discutir aqui convosco. Vocês não criam espaço para debate e acabamos aqui todos silenciados», frisou Sósimo Leal.
«Esse dinheiro foi elencado em que ponto aqui deste orçamento? São pequenos pontos que nós precisávamos discutir aqui convosco. Vocês não criam espaço para debate e acabamos aqui todos silenciados», frisou Sósimo Leal.
O financiamento que a Rosema anunciou para os clubes não está no relatório e contas da Federação Santomense de Futebol. O representante do Andorinha Futebol Clube aventou outra hipótese para justificar o silêncio que foi imposto na Assembleia Geral Ordinária.
«Porque fomos comer, estamos todos de barriga cheia, não podemos falar muito. Mas ainda assim, é preciso esclarecer as coisas senhor Presidente. Desta maneira o senhor não está sequer a apoiar a Federação de Futebol para ser mais transparente», revelou Sosimo Leal.Afinal, no dia da Assembleia Geral Ordinária a Federação de Futebol tinha pagado um banquete para os clubes num restaurante santomense.
O clube Bairros Unidos de Caixão Grande, também se insurgiu contra a lei da rolha na apresentação das contas da Federação Santomense de Futebol.
«A nossa maior tristeza é porque não há debate. Poderíamos apresentar propostas e críticas para corrigir e melhorar as contas. Por exemplo, estão a alterar o regulamento das provas desportivas. Normalmente deveriam ter escutado os dirigentes dos Clubes, porque somos nós que fazemos o futebol», afirmou Manuel Pereira, representante do Bairros Unidos Futebol Clube de Caixão Grande.
A equipa de Caixão Grande através do seu representante acrescentou que «Muita gente tem ideias que poderiam ser expostas aqui e ajudar na melhoria dos trabalhos, mas não é possível».
Segundo Manuel Pereira, o financiamento que a FIFA e a CAF atribuem ao futebol nacional, na ordem de 1 milhão e 400 mil dólares, não está a ser bem gerido.
«O senhor é jornalista, mora em São Tomé, pode ver os resultados da selecção nacional. E pelo valor que a Federação recebe não temos receio de dizer que não corresponde», frisou.
A seleção de futebol de São Tomé e Príncipe transformou-se num saco de pancada do futebol africano. A equipa nacional só averba derrotas copiosas nas competições em que participa.
«No orçamento aqui apresentado não há investimentos. Não há investimentos em infraestruturas desportivas», denunciou Manuel Pereira.
Mas o vice-presidente da Federação de Futebol Adalberto Catambe discorda. «Vamos alocar grande parte dos nossos fundos para a infraestrutura … Por exemplo ter o nosso estádio com padrão mínimo exigido».
Há vários anos que o único estádio de futebol de São Tomé entrou na lista negra da FIFA. Interditada para receção de jogos, a seleção nacional de futebol passou a ser obrigada a realizar todos os jogos fora de portas.
Os outros campos de futebol do país não são vedados, são de terra batida, e não dispõe de qualquer unidade sanitária como uma casa de banho. Razão da reclamação feita pelo representante do Bairros Unidos de Caixão Grande, sobre a inexistência de investimentos para a infraestruturação das unidades desportivas a nível nacional.
Mas o vice-Presidente da FSF Adalberto Catambe, que cumulativamente é membro da direção da coligação MCI/PS/PUN e também membro do Conselho Superior da Magistratura Judicial de São Tomé e Príncipe, prometeu investimento na ordem de 3 milhões de dólares para dar ao futebol nacional um centro de estágio.
«Temos um projeto que já foi aprovado pela FIFA de mais de 3 milhões de dólares para erguermos brevemente um centro de estágio com todas as condições devidas para permitir uma formação de qualidade para todos os atletas, aos nossos treinadores e a todos os dirigentes desportivos».
Segundo Adalberto Catambe as obras do centro de estágio devem arrancar dentro de 2 meses.
Fonte: Jornal Tela Nón
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