sábado, 22 de junho de 2024

Contas da FSF aprovadas sem direito a pedido de esclarecimento

 Contas da FSF aprovadas sem direito a pedido de esclarecimento


A última Assembleia Geral Ordinária da Federação Santomense de Futebol, ficou marcada segundo alguns clubes de futebol por mais um escândalo de falta de transparência.
O relatório das actividades e das contas da FSF foi aprovado pela maioria dos clubes, mas sem debate e sem direito a pedido de esclarecimento.
O representante do Andorinha Futebol Clube insurgiu-se contra a lei do silêncio imposta na Assembleia Geral Ordinária.
«As receitas vêm da FIFA e da CAF, e dos fundos próprios da Federação, não é? A cervejeira Rosema propôs apoiar os clubes. Quem é que está a fazer a gestão desse fundo? É a Federação de Futebol, pois não?», interrogou Sósimo Leal representante do Andorinha.

Não houve resposta da mesa da Assembleia. No entanto, o representante do Andorinha prosseguiu pedindo esclarecimento aos dirigentes da Federação de Futebol, sobre o destino do dinheiro que a cervejeira Rosema decidiu colocar à disposição dos clubes, fruto do acordo que a empresa de cervejas assinou com a Federação de Futebol.
«Esse dinheiro foi elencado em que ponto aqui deste orçamento? São pequenos pontos que nós precisávamos discutir aqui convosco. Vocês não criam espaço para debate e acabamos aqui todos silenciados», frisou Sósimo Leal.

O financiamento que a Rosema anunciou para os clubes não está no relatório e contas da Federação Santomense de Futebol. O representante do Andorinha Futebol Clube aventou outra hipótese para justificar o silêncio que foi imposto na Assembleia Geral Ordinária.

«Porque fomos comer, estamos todos de barriga cheia, não podemos falar muito. Mas ainda assim, é preciso esclarecer as coisas senhor Presidente. Desta maneira o senhor não está sequer a apoiar a Federação de Futebol para ser mais transparente», revelou Sosimo Leal.Afinal, no dia da Assembleia Geral Ordinária a Federação de Futebol tinha pagado um banquete para os clubes num restaurante santomense.

O clube Bairros Unidos de Caixão Grande, também se insurgiu contra a lei da rolha na apresentação das contas da Federação Santomense de Futebol.
«A nossa maior tristeza é porque não há debate. Poderíamos apresentar propostas e críticas para corrigir e melhorar as contas. Por exemplo, estão a alterar o regulamento das provas desportivas. Normalmente deveriam ter escutado os dirigentes dos Clubes, porque somos nós que fazemos o futebol», afirmou Manuel Pereira, representante do Bairros Unidos Futebol Clube de Caixão Grande.

A equipa de Caixão Grande através do seu representante acrescentou que «Muita gente tem ideias que poderiam ser expostas aqui e ajudar na melhoria dos trabalhos, mas não é possível».
Segundo Manuel Pereira, o financiamento que a FIFA e a CAF atribuem ao futebol nacional, na ordem de 1 milhão e 400 mil dólares, não está a ser bem gerido.
«O senhor é jornalista, mora em São Tomé, pode ver os resultados da selecção nacional. E pelo valor que a Federação recebe não temos receio de dizer que não corresponde», frisou.
A seleção de futebol de São Tomé e Príncipe transformou-se num saco de pancada do futebol africano. A equipa nacional só averba derrotas copiosas nas competições em que participa.
«No orçamento aqui apresentado não há investimentos. Não há investimentos em infraestruturas desportivas», denunciou Manuel Pereira.

Mas o vice-presidente da Federação de Futebol Adalberto Catambe discorda. «Vamos alocar grande parte dos nossos fundos para a infraestrutura … Por exemplo ter o nosso estádio com padrão mínimo exigido».

Há vários anos que o único estádio de futebol de São Tomé entrou na lista negra da FIFA. Interditada para receção de jogos, a seleção nacional de futebol passou a ser obrigada a realizar todos os jogos fora de portas.
Os outros campos de futebol do país não são vedados, são de terra batida, e não dispõe de qualquer unidade sanitária como uma casa de banho. Razão da reclamação feita pelo representante do Bairros Unidos de Caixão Grande, sobre a inexistência de investimentos para a infraestruturação das unidades desportivas a nível nacional.

Mas o vice-Presidente da FSF Adalberto Catambe, que cumulativamente é membro da direção da coligação MCI/PS/PUN e também membro do Conselho Superior da Magistratura Judicial de São Tomé e Príncipe, prometeu investimento na ordem de 3 milhões de dólares para dar ao futebol nacional um centro de estágio.
«Temos um projeto que já foi aprovado pela FIFA de mais de 3 milhões de dólares para erguermos brevemente um centro de estágio com todas as condições devidas para permitir uma formação de qualidade para todos os atletas, aos nossos treinadores e a todos os dirigentes desportivos».
Segundo Adalberto Catambe as obras do centro de estágio devem arrancar dentro de 2 meses.

Fonte: Jornal Tela Nón






Sem comentários:

Enviar um comentário